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WCEF 2025: entre aprendizados e transformações, uma jornalista no centro da economia circular.

O Presidente de ABIEF, Eduardo Berkovitz, e a Assessora de Comunicação, Liliam Benzi, prestigiaram o WCEF 2025, pela primeira vez na América Latina. no Parque do Ibirapuera.

Por Liliam Benzi*

Sem dúvida, sai do meu primeiro WCEF mais esperta! E porque não dizer mais sábia e, entrando na linguagem oficial do evento, transformada. Foram trilhões de insights vindos de várias regiões do mundo e de diversos atores com experiências profissionais e pessoais igualmente diversificadas.

Participar do WCEF ((World Circular Economy Forum), realizado pela primeira vez na América Latina, foi como abrir uma janela para um mundo em transição. Debates intensos, falas inspiradoras e trocas genuínas entre pessoas, empresas, instituições e governos que, apesar das diferenças culturais e econômicas, compartilham o mesmo desafio: transformar a economia linear em circular. Uma mudança que não é apenas de modelo produtivo, mas de mentalidade.

Na plenária final, ficou claro que os acordos comerciais serão peças-chave nessa engrenagem circular. Afinal, a economia circular vai muito além da reciclagem; ela propõe uma nova lógica para produção e consumo, guiada por vários “Rs” – reduzir, reutilizar, reciclar, recuperar… E como provocou um jovem talento do Senai, por que não adicionar mais um R à equação: respeito? Respeito pelas pessoas, pelos recursos naturais, pelos territórios. Nada se perde, tudo se transforma, inclusive as relações econômicas e sociais.

Como bem alertou Davi Bomtempo, da CNI, essa transformação exige esforço coletivo. É preciso converter recursos em competitividade, com políticas públicas que enfrentem as desigualdades e reduzam custos de forma inteligente. Mika Sulkinoja, do Sitra (Instituto Finlandês de Inovação), completou lembrando que, desde a sua primeira edição em 2017, o WCEF vem se consolidando como um palco de conexões humanas e soluções escaláveis. E mesmo em tempos digitais, o contato pessoal segue insubstituível.

Mas ao olhar para os próximos passos na América Latina, vem a pergunta: “E amanhã?” Duas palavras surgem como norte para esta resposta: implementação e colaboração. Sem elas, a roda da circularidade não gira. É urgente ampliar a vida útil dos recursos, reduzir perdas na cadeia alimentar, melhorar indicadores de saúde pública, diversificar modelos de negócios e, sobretudo, gerar empregos, especialmente em áreas como reciclagem, fundamental para construir sociedades mais justas.

A economia circular é ao mesmo tempo uma estratégia para pequenos negócios e uma enorme oportunidade econômica para todos. E, como foi enfatizado, “o que é medido é entregue”, reforçando a importância crescente da coleta de dados. É preciso reunir esforços para harmonizar práticas circulares e reforçar a transição para esse modelo que exige ações coordenadas entre os setores público, privado e a sociedade civil. A coleta e o compartilhamento de dados se tornaram elementos vitais para que essa transição ganhe tração.

A boa notícia é que na América Latina já se observam avanços em planos estratégicos e roadmaps de economia circular, além do crescimento das políticas de responsabilidade estendida ao produtor (EPR). Em paralelo, Ásia e África também enfrentam desafios semelhantes e, embora existam diversas soluções, o grande obstáculo para a escalabilidade é a falta de conhecimento, de dados e de visibilidade.

Uma iniciativa promissora nesse sentido é o Resource Center, um centro de dados cuja missão é ser um catalisador de mudanças a partir do estímulo das trocas peer-to-peer entre regiões e setores. O Circular Awards, prêmio que reconhece políticas públicas e iniciativas empresariais circulares, é outra ferramenta importante nesta construção.

E palmas para o Brasil que não se limitou a ser o anfitrião do WCEF. A FIESP e a CNI apresentaram um e-book com boas práticas que reúne cases de sucesso que podem inspirar empresas de todos os portes a aderirem à circularidade de forma concreta.

Mais uma prova de que a economia circular está saindo de um nicho e se integrando à economia convencional, tornando-se fundamental para a competitividade e resiliência dos países. Ciente da urgência de avançar rapidamente, todos se unem, discutem e, mais importante, propõem soluções e modelos colaborativos.

Ainda que não exista uma solução única, o caminho requer este engajamento dos stakeholders e a cooperação entre os setores. Os resultados das discussões em solo brasileiro certamente serão pauta para o próximo WCEF que será realizado na Índia, no segundo semestre de 2026.

E enquanto me despedia dos dois dias intensos no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ainda lembrava: quanto mais desenvolvido é um país, mais ele consome. E por isso, a transição para a circularidade não é apenas necessária, ela é urgente!

*Liliam Benzi é especialista em comunicação, marketing e desenvolvimento de negócios e de estratégias para B2B, com ênfase no setor de embalagens. Também atua como editora de publicações e Assessora de Comunicação de diversas empresas e entidades, entre elas a ABIEF.

Foi eleita Profissional do Ano pela Revista Embanews. Também é Press & Communication Officer da WPO (World Packaging Organization – Organização Mundial de Embalagem) e está à frente da LDB Comunicação Empresarial desde 1995 (ldbcom@uol.com.br).

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